John Luther é um dedicado detetive-chefe absorvido pelo trabalho, para o bem ou para o mal. Dá para dizer que ele não conduz a ação. Sofre com ela e age a partir disso. Caça aqueles que prejudicam o bem-estar da população londrina custe o que custar, nem que seja preciso perder no caminho.

A série é ágil, moderna e produzida com qualidade pouco vista na TV. Tanto que o crime perfeito do episódio inicial foi orquestrado pela sedutora, inteligente e sociável Alice Morgan. O detetive tem certeza da autoria dela, mas não consegue provas para esta teoria.

Alice então é internada numa clínica psiquiátrica e passa a receber visitas de Luther, na esperança de extrair dela algo que possa apresentar à polícia. Eis que disso surge improvável parceria de Luther com a psicopata. A confidente oferece ideias para a solução dos assasinatos mais doentios que já cruzaram o caminho do policial.

O protagonista tem uma criação complexa, pois ao mesmo tempo que clama por justiça é dono de um temperamento bruto e impulsivo. Sua imponente personalidade atrapalha a relação com superiores e colegas, menos com o fiel escudeiro detetive Justin Ripley. Se for preciso burla as leis para cumprir o dever no fim do dia.

A brutalidade das mortes - de policiais e familiares, por motivações religiosas ou partidas de comportamentos duvidosos - faz com que no avançar da trama seja criada uma divisão reponsável por resolver crimes graves e em série. Esta é liderada por Schenk, antigo desafeto de Luther que não concorda com seus métodos investigativos.

Renovando o gênero policial com forte e original drama psicológico, Luther surgiu como minissérie. Fez tanto sucesso que ganhou nova temporada e passou a ter o status de série. O roteiro de Neil Cross é inspirado na estrutura da extinta série Columbo e também é um das mais criativas produções inspiradas no icônico Sherlock Holmes.