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Maratonas imperdíveis - Volume 1: narrativas modernas

  • Priscila Carvalho
  • 7 de nov. de 2015
  • 7 min de leitura

O universo da TV é amplo. Há séries para todos os gostos, algumas mais leves outras mais pesadas. Pensando nisso, reunimos nesta sessão intulada "Maratonas Imperdíveis", exemplares que retomam fatos históricos ou pontuam comportamentos atuais da humanidade. Nosso propósito é oferecer maiores possilidades de encontrar na ficção a ajuda necessária para compreender as dinâmicas da sociedade em todos os tempos. A primeira edição é dedicada às séries que retratam a contemporaneidade de modo mais ousado que o habitual.


3% +12


Imagem: divulgação/Boutique Filmes

É uma série de suspense e de ficção científica que teve o piloto lançado no YouTube em 2011. Sem novidades desde então, em agosto deste ano, o site de streaming Netflix anunciou que vai lançar sua primeira temporada no segundo semestre de 2013. Os sete episódio terão direção do uruguaio César Charlone e terá os atores João Miguel e Bianca Comparato no elenco. Em 3%, vemos um mundo devastado em que somente uma pequena parcela da população (os tais 3% do título) tem a chance de, superando um processo cruel, composto por provas cheias de tensão e situações limites de estresse, medo e dilemas morais. Tudo para passarem para o “lado melhor”. No comunicado enviado pela Netflix à imprensa, Charlone afirma que a série "traz à tona questões sobre a dinâmica da sociedade que impõe constantes processos de seleção pelos quais todos nós temos que passar, gostemos ou não”.


Onde ver? Youtube. Em 2016, temporada completa na Netflix.



BLACK MIRROR +16


Imagem: divulgação/Channel 4

O peso da sombria Black Mirror parte da pretensão distópica do genial Charlie Brooker. Com uma carreira consolidada no humor e no rádio, ele usa e abusa da ironia em contos de ficção científica ao estilo "Além da Imaginação". Em duas temporadas, vemos um primeiro-ministro interagindo com um porco em rede nacional, um reality show para prisioneiros, um robô personalizado para pessoas em luto. Conhecemos também um aparelho que atua como segunda memória e pode ser acessado por qualquer um. Este universo paranóico chegou até a ser explorado num recente especial de Natal. Os episódios são independentes e descontínuos. Focam nos potenciais riscos que elementos da vida moderna podem trazer ao homem. Especialmente as mídias sociais. Brooker, com o bom e velho humor negro, sentencia: somos reféns da tecnologia.


Onde ver? Netflix.



HANNIBAL +18


Imagem: divulgação/NBC

Imortalizado no cinema pelo ator Anthony Hopkins, o elegante psiquiatra Hannibal Lecter fez de Thomas Harris um dos escritores policiais mais famosos do planeta. Tanto é que seu livro Dragão Vermelho teve duas adaptações na telona. E essa mesma história ganhou versão pra TV, com Mads Mikkelsen no papel de Hannibal Lecter e Hugh Dancy como o detetive Will Graham. Além de matar, Lecter come partes dos corpos de suas vítima e se aproveita da instabilidade mental de Graham. A relação destrutiva da dupla é uma constante narrativa. O criador da série, Brian Fuller, conseguiu lidar muito bem com atos perversos da obra de Harris. Em 39 episódios, somos apresentados a matadores em série insanos que dão trabalho aos agentes do FBI. É notável a beleza, perfeição visual, a criatividade cruel dos casos semanais e a profunda vontade de explorar os abismos psicológicos de todos os personagens.


Onde ver? Na Netflix, Net Now e no canal a cabo AXN, do grupo Sony.



HOUSE OF CARDS +18


Imagem: divulgação/Netflix

Frank Underwood é um ambicioso senador do partido democrata e líder da bancada majoritaria da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Casado com a devotada Claire, uso de artimanhas maquiavélicas para derrubar adversários e atingir o posto mais alto da Casa Branca. Traiçoeiro, Underwood não poupa ninguém na sua trama de vingança. Especialmente após ser traído pelo presidente. Colegas de partido, jornalistas parceiros, assessores leais, amigos de longa data: todos um dia vão sofrer as consequências de se relacionarem com o congressista. A série expõe a face mais inescrupulosa do jogo político. Tanto que muitas pessoas que atuam no meio político mencionam que o rastro de corrupção explorado pelo show é extremamente acurado. House of Cards é um remake de uma minissérie homônima da BBC, de 1990.


Onde ver? Netflix.



MR. ROBOT +18


Imagem: divulgação/USA Network

Elliot Alderson é um jovem antissocial que trabalha como engenheiro de segurança na empresa All Safe, especializada em segurança digital. Já no primeiro episódio, ele mostra tendência à cibervigilância e chama a atenção da associação de hackers fsociety, uma espécie de Anonymous da ficção. O líder do grupo é o enigmático anarquista Mr. Robot, que recruta Elliot a destruir o conglomerado E-Corp (ou Evil Corp) e realizar outros atos com viés político. O protagonista tem vasto histórico de transtorno mental, sofrendo episódios de ansiedade, depressão, insônia e mania. A vida dupla ainda causa-lhe problemas profissionais e pessoais quando o alpinista social Tyrell Wellick, um executivo da E-Corp, cruza seu caminho. A série é uma ferrenha crítica à sociedade do consumo. Obs: cenas perturbadoras no final da temporada.


Onde ver? Canal Space. Em pausa, mas disponível no SpaceGo até o mês de dezembro. Em 2016, volta a grade com a 2ª temporada.



ORANGE IS THE NEW BLACK +18


Jenji Kohan constrói seu argumento livremente inspirada nas memórias de Piper Kerman. Por isso, a série é centrada em Piper Chapman. Ela foi presa por lavar dinheiro para o tráfico de drogas motivada por uma namorada da época em que era universitária, Alex Vause. Quando Piper é condenada a 15 meses de prisão, reencontra a antiga paixão na Penitenciária de Litchfield, em Nova Iorque. Lá, passa a conviver diariamente com tipos excêntricos de mulheres internas, como: a comandante de uma máfia russa Red, a viciada em drogas Nicky, a divertida Taystee (presa por tráfico de drogas), um grupo de espirituosas latinas, a esperançosa Morello (detida por assédio), a transsexual Sophia Burset (presa por roubo) e a emocionalmente instável "Crazy Eyes". Piper aprende a lidar com as criminosas violentas, a saudade da família, agentes prisionais corruptos, um psicólogo despreparado e os problemas do sistema prisional. Obs: forte conteúdo sexual.


Onde ver? Netflix.



OS SIMPSONS +12


Esta série de comédia já é um marco na cultura pop, sendo inclusive reconhecida como o desenho animado em horário nobre há mais tempo no ar na história da TV norte-americana. Nascida de mente do cartunista Matt Groening, Os Simpsons estreou em 17 de dezembro de 1989. Anos antes, foi exibida como série de curtas de 30 segundos para o “The Tracey Ullman Show.” A partir do retorno positivo dos telespectadores, ganhou o sinal verde para um programa próprio até se tornar série de TV em 1990. É uma sátira ao estilo de vida da classe média norte-americana na figura da família Simpson, formada por Homer, Marge, Lisa, Bart e Maggie, e uma lista enorme de personagens estranhos. Eles vivem em Springfield, uma cidade que gira em torno de uma usina nuclear. Entre as principais características desta animação, estão o humor subversivo e a zoação com a cultura pop. O que não faltam são episódios com participação de cantores, atores, políticos, artistas, esportistas e intelectuais do mundo todo. Em 26 anos, conquistou uma audiência cativa em mais de cem países.


Onde ver? Rede Bandeirantes, Canal Fox e Fox Nat Geo - HD.



SILICON VALLEY +16


Imagem: divulgação/HBO

Apesar de dividir com The Big Bang Theory o culto ao universo nerd/geek, com referências a HQs, cinema, seriados, jogos, ciências e tecnologia em geral, Silicon Valley tem outra pretensão. A série mostra o processo de formação de uma startup. Ou seja, gira em torno de um grupo de criativos que desenvolve empresa embrionária com custos de manutenção baixos e alto potencial de crescimento. Alguns personagens, perseguem o sonho de criar um aplicativo milionário ou empresas estilo Google e Facebook. Para isso, contam com a ajuda do bilionário investidor Peter Gregory. A série é inspirada nas experiências do criador Mike Judge, que em 1980 atuou como engenheiro de testes da Parallax. Também conta com curadoria de especialistas, em áreas como física, matemática e astronomia.


Onde ver? HBO e HBO Go.



SKINS +18


Imagem: divulgação/E4

A concepção do drama inglês Skins causa curiosidade por si só: é um projeto do escritor e roteirista Jamie Brittain com seu filho, Bryan Elsley. A dupla soma forças para contar histórias de adolescentes entre 16 a 18 anos, seus amigos e pretendentes, oriundos da cidade de Bristol. As tramas estão recheadas de desejo, amor, paixão, raiva, alienação, medos e vários sentimentos à flor da pele neste período conturbado da vida. Como a maioria dos personagens está nos últimos anos de colegial, não faltam momentos alegres, eufóricos e dramáticos em suas trajetórias. A série ganhou uma versão norte-americana pela MTV, que não fez sucesso.


Onde ver? Netflix.



THE BIG BANG THEORY +12


Sheldon Cooper e Leonard Hofstadter são dois físicos que adoram jogar games de fantasia com seu universo de amigos, sempre em expansão. A convivência entre a dupla sofre uma brusca mudança quando a adorável e extrovertida Penny vai morar no apartamento da frente e fisga o coração de Leonard. Penny mostra-lhes coisas novas sobre a vida, especialmente como serem mais sociáveis. Em troca, ela aprende um pouco mais sobre o mundo nerd, cultura pop e referências científicas que podem ajudá-la em seu ofício de garçonete enquanto almeja ser atriz. Apesar de não ter inclinações científicas, Penny se dá muito bem com os colegas de trabalho e amigos de Sheldon e Leonard: o engenheiro espacial Howard Wolowitz, o astrofísico Rajesh Koothrappali, a neurobióloga Amy Farrah Fowler e a microbióloga Dra. Bernadette Rostenkowski. Os garotos trabalham no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena. A série explora bem a rotina de cada área de atuação dos personagens e pode ajudar a despertar o conhecimento científico nos estudantes.


Onde ver? madrugadas de sábado no SBT, Warner e Warner HD.



THE WIRE +16


O título de The Wire é autoexplicativo: A Escuta. Neste drama, uma equipe de policiais vinculados à divisão de homicídios conduz sofisticado plano de escuta pelas ruas da cidade de Baltimore. Esta ação acaba despertando a atenção de jornalistas e políticos do local ao longo da série. Mas ao invés de focar apenas na repressão, leva o espectador a acompanhar a vida de traficantes, vendedores e viciados da mesma forma. Esta perspectiva multifocal, humana e inovadora permite discutir vários temas sem cair em estereótipos. A realidade em The Wire é tangível, com temporadas que se fecham em si sem comprometer a obra toda. A série é criação do ex-jornalista David Simon e do ex-policial e professor em Baltimore Ed Burns, com inspiração em suas próprias vidas.


Onde ver? Em pausa. Geralmente, está na grade da HBO Go. Disponível em DVD.

 
 
 

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